UM SANTO VIVEU CONOSCO!
Nas entrelinhas da história humana, Deus
age através de pessoas às quais rendemos graças pela presença e sabedoria, bem
como agradecemos pelo testemunho, que é um espelho de virtudes.
Assim, neste tempo Pascal, recordamos a
Páscoa de nosso amado Monsenhor José Hugo Goulart e Silva, convidado ao
banquete das núpcias eternas pelo Ressuscitado. Tendo sua missão consumada
nesta vida, foi levado nos braços do Bom Pastor para as campinas verdejantes e
fontes repousantes da casa Paterna.
Exímio ser humano e fiel sacerdote, fez
com que cada respiro acontecesse por amor e cada batida do coração fosse por
Cristo, com Cristo e em Cristo. Se as saudades nos inquietam e nos desmancham,
a esperança nos reafirma e impulsiona a seguirmos seus exemplos.
É imprescindível, ao falar do saudoso
padre, não lembrar do berço onde foi cultivada sua vocação sacerdotal: aqui, em
Natércia,
entre as montanhas deste modesto pedacinho de chão. Diante da imagem de Santa Catarina de
Alexandria, a quem o inspirou em sua sabedoria, por muitas vezes,
este sacerdote entoou junto com o povo naterciano, com vibrante fé: “Sede nosso guia
nesta mortal carreira”. A convicção da finitude dessa carreira
terrestre fez com que se lançasse às coisas do Alto, não permitindo que seu
coração se prendesse aos bens temporais, mas trazendo nos olhos o brilho de
quem já estava na paz de Deus.
Aos 25 dias de cada mês, os natercianos
celebram, devotamente, a novena perpétua em honra de sua padroeira, que culmina
em sua festa no mês de novembro. No mesmo dia 25, ocorrido neste mês de abril,
esse filho dileto de Santa Catarina de Alexandria consumou sua caminhada
terrestre e iniciou sua vida na Eternidade. Momento singular de despedida, mas,
sobretudo, de gratidão e prece por quem aqui continua sua mortal carreira.
Se é possível dizer palavras acertadas
sobre Monsenhor José Hugo, ainda que isso seja uma tarefa difícil, essas serão as
que brotam de um sentimento que mistura alegria, saudades, amor e gratidão. E, como não é
fácil dizer isso sem que os olhos se encham de lágrimas, deixemos que essas
palavras sejam banhadas e, também, sejam como a chuva que molha o solo
ressequido.
Concomitantemente às saudades por tão
grande partida, explode nos corações dos fiéis que o conheciam um brado de
reconhecimento: “Este
homem era santo!”. De fato, as ações desse servo de Deus só deixaram
rastros de santidade, desde seu simples sorriso e carinhoso olhar, até sua
brava luta no chamado à evangelização. O perfume de Cristo foi espalhado com
majestosa humildade, próprio de quem conhece o Senhor Jesus intimamente e leva
a pleno cumprimento o mandamento do Mestre: o Amor!
Bem sabemos também da sua luta diária ao
enfrentar dificuldades e problemas de saúde, coisas que nunca lhe retiraram o
sorriso e o bom humor. Nem a dor ou o sofrimento foram capazes de diminuir a
benevolência que recendia sua presença. Sua cruz foi tão bem abraçada que o seu
sacrifício não poderia produzir frutos senão de alegria e de paz.
A resignação à vontade divina foi marco
essencial na sua jornada. Engana-se quem o julgava pela frágil aparência, pois
tamanha era sua valentia e vigor, que não se deixou afligir pela idade e pela enfermidade.
Se tanto bem fez à Igreja de Cristo nesse
mundo, repetimos, mais uma vez, que mais bem fará agora intercedendo diante de
Deus pelos seus que aqui continuam.
Sua vida é um testemunho vivo do Evangelho,
contemplado por muitas gerações e que, agora, tornar-se-á memória viva de
santidade para as futuras gerações, como magno sacerdote e ser humano. Com sua
costumeira humildade, deve estar agora sorrindo para Jesus e falando de nós a
Ele: “meus
amigos e minhas amigas”.
Saudades
eternas, Monsenhor José Hugo!
Nos
encontraremos na Casa do Pai...
Cleyton W. Fernandes
Seminarista
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