terça-feira, 30 de abril de 2019

Homenagem ao Monsenhor José Hugo


UM SANTO VIVEU CONOSCO!

Nas entrelinhas da história humana, Deus age através de pessoas às quais rendemos graças pela presença e sabedoria, bem como agradecemos pelo testemunho, que é um espelho de virtudes.
Assim, neste tempo Pascal, recordamos a Páscoa de nosso amado Monsenhor José Hugo Goulart e Silva, convidado ao banquete das núpcias eternas pelo Ressuscitado. Tendo sua missão consumada nesta vida, foi levado nos braços do Bom Pastor para as campinas verdejantes e fontes repousantes da casa Paterna.


Exímio ser humano e fiel sacerdote, fez com que cada respiro acontecesse por amor e cada batida do coração fosse por Cristo, com Cristo e em Cristo. Se as saudades nos inquietam e nos desmancham, a esperança nos reafirma e impulsiona a seguirmos seus exemplos.
É imprescindível, ao falar do saudoso padre, não lembrar do berço onde foi cultivada sua vocação sacerdotal: aqui, em Natércia, entre as montanhas deste modesto pedacinho de chão. Diante da imagem de Santa Catarina de Alexandria, a quem o inspirou em sua sabedoria, por muitas vezes, este sacerdote entoou junto com o povo naterciano, com vibrante fé: “Sede nosso guia nesta mortal carreira”. A convicção da finitude dessa carreira terrestre fez com que se lançasse às coisas do Alto, não permitindo que seu coração se prendesse aos bens temporais, mas trazendo nos olhos o brilho de quem já estava na paz de Deus.

Aos 25 dias de cada mês, os natercianos celebram, devotamente, a novena perpétua em honra de sua padroeira, que culmina em sua festa no mês de novembro. No mesmo dia 25, ocorrido neste mês de abril, esse filho dileto de Santa Catarina de Alexandria consumou sua caminhada terrestre e iniciou sua vida na Eternidade. Momento singular de despedida, mas, sobretudo, de gratidão e prece por quem aqui continua sua mortal carreira.
Se é possível dizer palavras acertadas sobre Monsenhor José Hugo, ainda que isso seja uma tarefa difícil, essas serão as que brotam de um sentimento que mistura alegria, saudades, amor e gratidão. E, como não é fácil dizer isso sem que os olhos se encham de lágrimas, deixemos que essas palavras sejam banhadas e, também, sejam como a chuva que molha o solo ressequido.
Concomitantemente às saudades por tão grande partida, explode nos corações dos fiéis que o conheciam um brado de reconhecimento: “Este homem era santo!”. De fato, as ações desse servo de Deus só deixaram rastros de santidade, desde seu simples sorriso e carinhoso olhar, até sua brava luta no chamado à evangelização. O perfume de Cristo foi espalhado com majestosa humildade, próprio de quem conhece o Senhor Jesus intimamente e leva a pleno cumprimento o mandamento do Mestre: o Amor!
Bem sabemos também da sua luta diária ao enfrentar dificuldades e problemas de saúde, coisas que nunca lhe retiraram o sorriso e o bom humor. Nem a dor ou o sofrimento foram capazes de diminuir a benevolência que recendia sua presença. Sua cruz foi tão bem abraçada que o seu sacrifício não poderia produzir frutos senão de alegria e de paz.
A resignação à vontade divina foi marco essencial na sua jornada. Engana-se quem o julgava pela frágil aparência, pois tamanha era sua valentia e vigor, que não se deixou afligir pela idade e pela enfermidade.
Se tanto bem fez à Igreja de Cristo nesse mundo, repetimos, mais uma vez, que mais bem fará agora intercedendo diante de Deus pelos seus que aqui continuam.
Sua vida é um testemunho vivo do Evangelho, contemplado por muitas gerações e que, agora, tornar-se-á memória viva de santidade para as futuras gerações, como magno sacerdote e ser humano. Com sua costumeira humildade, deve estar agora sorrindo para Jesus e falando de nós a Ele: “meus amigos e minhas amigas”.

Saudades eternas, Monsenhor José Hugo!
Nos encontraremos na Casa do Pai...

Cleyton W. Fernandes
Seminarista


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