terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Conheça nosso novo administrador paroquial

 


BIOGRAFIA DO PADRE JAÍLSON DE LIMA

 

Nasceu em Dom Viçoso, aos 31 de março de 1968, filho de Osvaldo de Lima e Maria Aparecida de Lima, tendo quatro irmãos.


Ingressou no Seminário campanhense em 1991, concluindo sua formação em Teologia em 1999. Nesse mesmo ano, recebeu a Ordem do Diaconado, aos 20 de dezembro. E foi ordenado presbítero em 10 de junho de 2000, sob o lema "Sei em quem coloquei a minha fé" (2Tm 1,12).


Padre Jaílson fez dois períodos de estágio pastoral em nossa paróquia, quando ainda era seminarista: o primeiro, no ano de 1995, quando era pároco o Pe. Thomé, e o segundo, no ano de 1997, na gestão do Pe. Genivano.


Paróquias onde o Pe. Jaílson já atuou: Nossa Senhora D’Ajuda, em Três Pontas; São João Nepomuceno; Santa Tereza, em Três Corações; Sagrado Coração de Jesus, em Carvalhos; Nossa Senhora das Graças, em São Lourenço; Sant’Ana e São José, em Varginha; São Sebastião, em São Sebastião do Rio Verde; Nossa Senhora Aparecida, em Ilicínea e Nossa Senhora de Fátima, em São Lourenço.

No comunicado oficial da Diocese (Prot. 1130/2023), assinado pelo Chanceler do Bispado, Cônego Bruno Cesar Dias Graciano, aos 26 de dezembro de 2023, Pe. Jaílson Lima foi designado administrador paroquial de Santa Catarina de Alexandria, com provisão até 31 de janeiro de 2027.

Seja bem-vindo, Pe. Jaílson!




*Fotos cedidas pela Pascom da Paróquia N. Sra. de Fátima, de São Lourenço.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Gratidão, Padre Manoel

 


    PADRE MANOEL,

    “Em nome de toda nossa comunidade paroquial de Santa Catarina de Alexandria, gostaria de prestar uma pequena homenagem ao senhor, em agradecimento por tudo que fez em nossa paróquia, durante esses três anos de paroquiato.

    O senhor tem sido para nós um verdadeiro apóstolo de Cristo, dando o exemplo de amor ao próximo em seu sacerdócio. Durante esses três anos, tivemos a graça de sua presença em nosso meio e estamos profundamente agradecidos por isso.

    O senhor nos apascentou, participando conosco de várias realizações em nossa paróquia, que foram grandes conquistas e motivo de muita alegria. Quantas obras o senhor realizou em nossa Paróquia nesse tempo! Podemos perceber através da nossa igreja Matriz, que ficou belíssima para a comemoração dos 200 anos e também através das reformas de várias capelas filiais, e tantas outras... Tudo isso é motivo para agradecermos.

    E o que mais me encanta no senhor é o amor que tem pela Eucaristia e a sua belíssima homilia, que nos enriquece cada vez mais. Também sua dedicação, sua atenção, sua alegria, seu cuidado para conosco. Isso nunca será esquecido!

    Muito obrigada por tudo e conte sempre com nossas orações!”

 

RITA DE CÁSSIA SILVA

Coordenadora do CPP e da Equipe de Animação Litúrgica

Mensagem lida na missa do último domingo, dia 07/01/2024, Solenidade da Epifania do Senhor.


*Padre Manoel Marques da Silva auxiliará algumas paróquias da Diocese da Campanha que mais precisarem e ficará mais perto de sua família por um tempo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Bicentenário Paroquial

Breve Histórico sobre a
Paróquia de Santa Catarina de Alexandria
 

Eram nos tempos antigos, quando desbravadores corriam por todos os cantos das Minas Gerais em buscas dos metais preciosos. Nos idos de 1741, mineradores que faiscavam em Campanha chegaram no então Descoberto da Pedra Branca, local que depois se formou o povoado e a Capella de Santa Catharina.

Supõe-se que o nome fora dado por Manuel Lopes Viana ou sua esposa, Antônia Teixeira, que era descendente dos primeiros desbravadores do descoberto. Talvez quisessem perpetuar a memória da pátria que deixaram do outro lado do Atlântico. Olhando para a bela Serra de Santa Catarina, lembravam-se daquelas de mesmo nome que deixaram em terras lusitanas. Fizeram por aqui a sua morada e construíram a Capella de Santa Catharina, cuja primeira notícia é de 1749 em virtude do sepultamento de um escravo de nome Antônio. Mais tarde, em 1770, foi a Capela elevada à categoria de Ermida. Isso fez a localização mais conhecida e cada vez mais ilustre, aparelhando a ermida para pleitear o título de Paróquia. Correndo o ano de 1820, requereram os moradores da aplicação da Ermida de Santa Catarina que ali se criasse uma Paróquia.

Passados 322 anos do descobrimento da Terra de Santa Cruz, 81 anos depois do Descoberto da Pedra Branca, 14 anos da chegada da Família Real ao Brasil, 6 meses após o dia do Fico e às vésperas da Independência e Criação do Império do Brasil, em 11 de julho de 1822, por decreto régio, Dom Pedro I, na qualidade de Príncipe Regente, erigiu em “Parochia Collada a Capella de Santa Catharina, desmembrando-a de Matriz da de Villa da Campanha da Princeza, do Bispado de Mariana”.

Seu primeiro pároco foi o Padre Mariano Accioli d’Albuquerque. Curioso fato que esse padre era escultor. Permanecendo muitos anos em Santa Catharina, confeccionou uma Pia Batismal toda em pedra.

A antiga capela era inteiriça em madeira, como era costume nas pequenas localidades, mas já sofria bastante com a ação temporal de quase três quartos de século. Decidiram, em 1816, por bem dos fiéis, que se fosse feita outra mais condigna da grandeza do lugar e em local mais apropriado. Nesse ínterim, foi dada a autorização para se erguer a Matriz da recém-criada paróquia.

Aos poucos, por meio de esmolas, foram erguendo a nova Matriz em local que se encontra até os dias atuais e, ao redor do qual, cresceu a população. Muitos anos ainda seriam necessários para que fosse finalizada. Em 1824, em visita pastoral, Dom Frei José da Santíssima Trindade notou que a Matriz ainda estava inacabada e necessitada de alguns materiais. Em 1825, foi firmado contrato com Jozé de Souza Varella, arquiteto, para a construção e finalização artística do templo.

Foi essa igreja, em estilo colonial mineiro e altar em rococó, que atravessou o século e chamava a atenção dos visitantes por possuir “huma linda capella do Santíssimo”. Seu altar-mor foi, como é, dedicado à excelsa padroeira Santa Catarina de Alexandria, com os altares laterais levantados em honra a São Sebastião e a Nossa Senhora das Dores. A nave era ornada com as estações da Via Sacra, os quadros da morte do justo e do ímpio, além das colunas encimadas de arcos no estilo da época.

A beleza maior, porém, era aquela advinda da vida comunitária animada pelos ofícios paroquiais e pela devoção popular. Os paroquianos sempre faziam da melhor forma possível. Para a Semana Maior, muitas famílias partiam de suas casas distantes para alguma habitação provisória afim de participar melhor dos ofícios. Outras terminavam os afazeres do campo mais cedo e vinham juntos para a Matriz, em caminhada, todos os dias.

Quando o ano já se ia pela metade, que agradável odor era para os transeuntes o perfume das flores de laranjeira ofertado ao Senhor quando passava a Procissão do Corpo de Deus! Chegando o mês de novembro, todos os devotos acorriam à Matriz para “novena solemne com harmonium e práticas”. No dia da Festa, Missa Cantata com grande número de comunhões, além da “procissão solemne, prática, Te Deum e Bençam do SS. Sacramento. Em todos os actos haviam um número extraordinário de fiéis”.

Essa e outras procissões eram organizadas durante todo o ano pelas irmandades, das quais temos notícia a do Santíssimo Sacramento, a de Nossa Senhora das Dores e a de Nossa Senhora do Rosário. A irmandade do Rosário, que era muito bem organizada com grande número de irmãos e irmãs seguindo estatuto próprio, conseguiu erguer uma capela para o título de sua devoção. Em 1876 foi feita procissão com a nova imagem, benção da capela e celebração da missa cantada. Ao final entoaram o Te Deum.

Sabemos que o tempo age irreparavelmente em todas as coisas materiais. Não foi diferente para o antigo templo dessa paróquia. Portanto, em 1932, a 26 de maio, foi benta a Pedra Fundamental para a construção de uma Nova Matriz e iniciaram o projeto da Torre em estilo neogótico, finalizada em 1933. A nave, porém, conservou-se ainda como nos tempos de outrora, até a década de 1960, quando foi refeita no estilo que temos hoje.

No dia 25 de abril de 2022 iniciaram-se as obras de revitalização da Matriz, incluindo a substituição do barrado interno, da parte elétrica, a iluminação, o som, o polimento do piso, construção de um acesso interno à Capela do Santíssimo, reparação do telhado e também a igreja ganhou uma nova coloração conforme o seu estilo neogótico. Para a torre, uma das maiores do rincão sul-mineiro, foram escolhidos tons terrosos com o pináculo em verde colonial. No interior predomina o róseo que destaca os belíssimos vitrais. A conclusão dos trabalhos se deu em 25 de outubro de 2022.

Muitos padres passaram por esta bicentenária paróquia e aqui vieram fazer o bem para o povo de Deus. Não saíram, porém, sem antes se tornarem devotos de Santa Catarina. Também esta Matriz gerou sacerdotes que muito orgulham o nome de sua paróquia. Destacamos um, em especial, que serviu notavelmente a Diocese da Campanha por muito tempo, exemplar devoto de Santa Catarina e verdadeiro Pastor Bom que espalhou o suave odor de Cristo por onde passou: Monsenhor José Hugo Goulart e Silva. Ainda hoje a memória de todo bispado campanhense aclama com saudade e veneração: “Esse homem é um santo!”

Também se poderá dizer que a vocação leiga à vocação é profícua nessas terras de Santa Catarina. Muitos homens e mulheres, fervorosos na fé, pessoas de oração profunda e muito devotos de Nossa Senhora Aparecida e de nossa Padroeira viveram (e vivem) intensamente, impulsionados pelo Espírito de Cristo, a vivência da Caridade na vida comunitária.

Pelos anais da história podemos ver que o povo catarinense (hoje naterciano) traz, como que impresso em suas almas, a Fé em Cristo Jesus e a pura devoção à sua Padroeira desde a criação do povoado. Nossa gente surgiu em torno do altar e sob a proteção da sua megalomártir de Alexandria. É imensa alegria notar a mesma devoção e o mesmo amor dos primeiros devotos dessas terras quando o povo junto aclama “Ave Maria” e invoca a proteção da celestial intercessora.

Nossa paróquia ufana-se do jubiloso bicentenário de sua criação neste ano de 2022. São abençoadas essas terras por ter excelsa virgem e ínclita mártir como padroeira. Sua devoção perpassou os séculos e hoje encontra-se tão viva quanto nos tempos de outrora. 

Santa Catarina, rogai por nós! 

Juliédson Artur Malaquias Reis
Membro da Comissão Histórica para os 200 anos




sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Memória de N. Sra. do Rosário


CAPELA DO ROSÁRIO EM NATÉRCIA 

Hoje celebramos Nossa Senhora do Rosário! A Devoção à Mãe de Deus e Soberana Rainha, sob esse título, possui profundas raízes em nossa comunidade paroquial. Os primeiros relatos encontrados remontam ao ano de 1876, 146 anos atrás, mas com certeza já existia muito antes. 

Naquele ano, foi erigida uma capela em honra a Nossa Senhora do Rosário pela Irmandade dedicada a ela, onde grande parte dos integrantes eram negros. Atualmente, existe uma gruta no local exato onde ficava essa capela (na rua do cemitério municipal). 

Um jornal da época relatou o ocorrido. Confira na íntegra o texto: 

“Domingo, 23 de Abril de 1876, p. 4

Santa Catharina

Minas 

No dia 25 de Março teve lugar nesta freguesia a benção solemne da capella de Nossa Senhora do Rosario, que a expensas do Vigario e do povo foi construida.

Seguio da matriz o Vigario Conego Antonio Carlos Evencio da Silveira, delegado para a benção, acompanhado da irmandade de Nossa Senhora do Rosario, da do Santissimo e do povo, levando em procissão as Imagens da Virgem do Rosario e da Padroeira, Santa Catarina, e pelo povo foi cantada a oração – O’ Maria concebida sem pecado, rogai a Deos por nós, que recorremos a vós – ; oração esta que foi sempre cantada pelo povo, quando arrancou as pedras, quando conduzio, e quando aplainou o terreno para a edificação da nova egreja, na ocasião que se fez o primeiro mez de Maria nesta parochia.

Logo que chegou se á capella, estando esta vasia de povo e despida, conforme ordena o Ritual Romano, começou a benção, terminada a qual seguio se logo a missa rezada, e durante esta foram cantados hymnos á Soberana Rainha do Universo.

Já tem pois a frequezia de Santa Catharina duas egrejas, e estão assim completos os votos dos irmãos da irmandade do Rosario, e de todos os devotos.

No dia 31 teve lugar o deposito da Imagem do Senhor dos Passos para a referida egreja, afim de no dia 1 de Abril se fazer a procissão, a qual teve principio ás 5 horas da tarde, prégando o sermão do Pretorio o padre Francisco Baptista Fressact, que o desempenhou satisfatoriamente mostrando as scenas do Pretorio; em seguida prégou o do Encontro o Revm. Conego Vigario João da Cruz Nogueira Penido, que, dono e senhor da tribuna sagrada como é, nada deixou a desejar-se, e na recolhida prégou o Revm. Vigario de Santa Rita da Boa Vista, padre Antonio Ribeiro da Luz, que, citando o texto Quis ex vobis arguet me de peccato, discorreu perfeitamente sobre ele e sobre a morte de Jesus no Golgotha. Depois fez-se o deposito da Imagem da Senhora da Dôres, para ter lugar sua festa no dia seguinte, 2 de Abril.

Houve missa cantada pelo padre Fressact, orando ao Evangelho, e de improviso, o Conego Vigario Penido. A’ tarde teve lugar a procissão das Dôres, e ao recolher della prégou o padre Antonio Olinto Baptista Pinto, que, discorrendo sobre a Virgem das Dôres, muito agradou ao auditorio que attento o escutava; esta festa foi precedida do Septenario, que foi concorrido por grande numero de devotos.

A frequezia esteve apinhada de povo durante as festas, as casas illuminaram-se, com excepção de uma ou outra, para as procissões da noite. A banda de musica São Gonçalense, convidada para a festividade de Passos e Dôres, habilmente dirigida pelo prestimoso e honrado cidadão Eugenio Antonio de Lemos Horta, desempenhou satisfactoriamente sua missão, tornando-se credora de todos os elogios, não só pela pericia com que executou, como pela maneira attenciosa e affavel com que se portou.

Foram procuradores destas festas os honrados cidadãos capitão Tertulliano José de Paiva, José Hygino Pereira da Silva, José Frauzino de Paiva e Augusto Pereira Souza, os quaes muito se esforçaram para que as solemnidades fossem feitas com o maior brilhantismo possivel.

A frequezia de Santa Catharina marcha avante no caminho do progresso e da civilisação, e em breve (se os ventos lhe forem propicios), ella será uma das villas desta provincia, porque muito o merece ser, e a justiça assim o pede.” 

Comissão para levantamento histórico paroquial


 


domingo, 11 de julho de 2021

Nossa Paróquia comemora 199 Anos


UMA PARÓQUIA (QUASE) BICENTENÁRIA

 

Você já conheceu a história do engano com o nome de nossa paróquia, quando criaram a Paróquia de “Santa Quitéria”, no ano de 1822: 

Relembre aqui:

https://paroquiasantacatarinadealexandria.blogspot.com/2021/05/criacao-da-paroquia.html 

Como hoje a paróquia comemora seus 199 anos, aqui vai mais uma curiosidade: a 11 de julho do mesmo ano de 1822, D. Pedro I expediu um alvará fazendo existir a partir de então a Freguesia* Colada e a Capela de Santa Catarina.  


Eis o teor do alvará que criou nossa paróquia: 

“Eu o Príncipe Regente do Brasil

Faço saber que atendendo ao que por consulta do Tribunal da Mesa de Consciência e Ordem a Minha Real Presença:

Hei por bem erigir em Freguesia Colada, a Capela de Santa Catarina, desmembrando-a de Matriz da Vila da Campanha da Princesa, do Bispado de Mariana, com a dita denominação de Santa Catarina, cujas divisas principiarão, da parte do poente, pela Serra dos Gonçalves, que finda no Sapucaí, correndo por estas adiante pela parte do nascente até os altos de todas as águas vertentes para o Sapucaí e chegando a Pedra Branca passará à Serra do Castelhano, que vai findar também no Sapucaí, compreendendo para a dita nova Freguesia de Santa Catarina todas as águas vertentes para o dito Sapucaí, desde a Serra dos Gonçalves até a Serra do Castelhano, que vai findar no mesmo Sapucaí. Este se cumprirá como nele se contém, sendo passado pela Chancelaria das Ordens, e valerá como Alvará, posto que seu efeito haja de durar mais de um ano, sem embargo da Ordenação em contrário, sendo registrado nos livros da Câmara Eclesiástica do dito Bispado, nos da nova Freguesia, e das que com ela confinarem.

Rio de Janeiro, onze de julho de mil oitocentos e vinte e dois. Príncipe,

José Bonifácio de Andrada e Silva.”

 

E, conforme ordenou D. Pedro I, assim fez o registro no livro paroquial nosso primeiro vigário, Pe. Mariano Accioli Albuquerque: 


Documento cedido pelo Acervo da Cúria Diocesana e sua respectiva transcrição

 

Mais curiosidades e toda a história de nossa paróquia serão contadas em um trabalho documental historiográfico que está sendo preparado e será lançado durante o ano jubilar dos 200 anos.

Comissão para o Levantamento Histórico da Paróquia: João Pedro Rodrigues Vilas Boas, Juliédson Artur Malaquias Reis, Giovana Flávia Rodrigues, Cleyton Weliton Fernandes, Julio Cesar Rodrigues de Camargo, Marcos Valério Albinati Silva, Maria Suzana Reis Bernardes, Francislei Lima da Silva.

 

*Pequena povoação, correspondente a paróquia

domingo, 9 de maio de 2021

Criação da Paróquia

 

200 ANOS DE CRIAÇÃO DA PARÓQUIA


   Na época em que foi criada nossa Paróquia, que seria de Santa Catarina, não se sabe se por engano ou por muita devoção de alguém, recebeu o título de Paróquia de Santa Quitéria, no dia 09 de maio de 1822.
Até uma imagem bicentenária da santa é conservada entre os bens sacros de nossa igreja.


   Continuou-se a registrar os diversos termos eclesiásticos, sem jamais tomar-se conhecimento do trocadilho, a não ser para titular-se e independer-se.


   Verificado o engano, tudo se acalmou e Santa Catarina teve legitimamente seu título de Paróquia, em 11 de julho de 1822, por alvará régio.


Mas quem foi Santa Quitéria?

   Santa Quitéria era uma das nove filhas de Cálsia Lúcia, esposa de Lúcio Caio Otílio, governador romano em Braga (Portugal), no século II da nossa era. Um anjo apareceu-lhe dizendo que Deus a havia escolhido para ser sua esposa. Foi prometida em casamento a um jovem rico e nobre, mas se negou a casar-se, sendo detida no palácio. Fugiu com a ajuda da Virgem Maria, mas foi encontrada e decapitada. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de maio. Fonte: https://pt.aleteia.org


Coincidência ou não, a história das duas santas se assemelha em muitos pontos...


sábado, 9 de janeiro de 2021

O que nos diz a "Fratelli Tutti"

 “Nisto sabemos o que é o amor: Jesus deu a vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. Se alguém possui riquezas neste mundo e vê o seu irmão passar necessidade, mas diante dele fecha o seu coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade!” (1 Jo. 3, 16-18)

 

Assim como São João, o Sumo pontífice, Papa Francisco, em sua encíclica “Fratelli Tutti”, exorta-nos à vivência do amor fraterno. Lembra-nos que somos, em Cristo, todos irmãos, filhos de um mesmo Pai, pertencentes ao mesmo amor, o qual deve nos unir, independente das fronteiras geográficas, culturais e sociais deste mundo. Somos todos humanos, somos feitos da mesma matéria, provenientes do mesmo criador – “Então o Senhor Deus formou o ser humano com o pó do solo” (Gn. 2, 7).

 

Tendo como pano de fundo o contexto da pandemia causada pelo coronavírus, a encíclica faz-nos perceber nossa fragilidade humana e, mais do que nunca, a nossa igualdade enquanto seres humanos necessitados dos mesmos cuidados, dos mesmos recursos e, principalmente, do mesmo amor. Paradoxalmente, percebe-se também, de modo ainda mais alarmante nestes tempos, as desigualdades entre países ricos e pobres, populações dos grandes centros e das periferias, idosos e jovens. Somos seres constituídos de dignidade, simplesmente por sermos humanos. No entanto, o egoísmo e o individualismo sobrepõem-se, por diversos meios, como a ganância e o consumismo, aos valores humanos, aos princípios e, logo, ao respeito e ao amor fraterno, fazendo com que povos sejam dizimados, culturas extintas e pessoas segregadas a estratos sociais.

 


Essa realidade revela-nos o que há muito tempo o ser humano está construindo: muros, sejam físicos ou sociais. O isolamento humano sempre aconteceu e continua acontecendo quando se esquece de olhar para as necessidades do próximo e praticar a virtude da caridade, a qual nos aproxima de Deus e dos nossos semelhantes. Acontece também quando se é intolerante às diversidades, selecionando-se apenas o que é agradável à própria vontade. Hoje, mais do que qualquer outro tempo da história, cria-se um mundo virtual, onde o ser humano é capaz de se isolar e interagir ao mesmo tempo. Isolar-se daquilo que incomoda, correndo-se o risco de deixar o próximo sozinho, à deriva; interagir-se com o mundo ideal, com apenas o que e quem venha a ser agradável. Assim são construídos os muros do isolamento, mas, por meio de uma pandemia, a qual nos obriga a distanciarmo-nos até mesmo daqueles que nos agradam, percebemos que não somos autossuficientes, mas necessitados da convivência fraternal. Assim também nos alerta o Santo Padre em sua encíclica: “o individualismo radical é o vírus mais difícil de vencer. Ilude. Faz-nos crer que tudo se reduz a deixar à rédea solta as próprias ambições, como se, acumulando ambições e seguranças individuais, pudéssemos construir o bem comum.”  

 

Cristo, pela Sua encarnação, morte e ressurreição tornou-nos irmãos e irmãs e, como preceito, nos deixou o mandamento do amor a Deus e ao próximo - “Jesus respondeu: ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua mente: este é o maior e o primeiro dos mandamentos. E o segundo é semelhante a este: Amarás teu próximo como a ti mesmo’.” (Mt.22, 37-39). - Como São Paulo, em sua carta aos Gálatas, concluímos que somos todos um mesmo povo, uma mesma nação, iguais perante o amor de Deus - “Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois vós todos sois um só, em Cristo Jesus” (Gl. 3, 28).

 

Sejamos, pois, discípulos de Cristo, nosso redentor, amando-nos fraternalmente, sem distinção, pois assim Deus ama-nos.

 

GIOVANA FLÁVIA RODRIGUES

Acólita



sábado, 26 de dezembro de 2020

O Natal estendido...


A OITAVA DE NATAL

 

Como é tradição na Igreja, na noite de 24 de dezembro se começa a celebrar de maneira solene o Natal do Senhor e, logo após, seguem-se oito dias chamados “Oitava de Natal”, que começa em 25 de dezembro e se conclui no dia 1º de janeiro, nos quais se festeja igualmente o nascimento do Menino Deus.

 

A celebração da “Oitava” tem suas raízes no Antigo Testamento, no qual os judeus festejavam as grandes festas por oito dias. Do mesmo modo, como se lê em Gênesis (17,9-14), há muito séculos, Deus fez uma aliança com Abraão e sua descendência, cujo sinal é a circuncisão no oitavo dia depois do nascimento.

 

O próprio Jesus, como todo judeu, também foi circuncidado ao oitavo dia e ressuscitou no “dia depois do sétimo dia da semana”. Assim, a Oitava (oito dias) segue sendo uma tradição muito importante na Igreja e, por isso, estabeleceu-se apenas dois momentos no calendário litúrgico: a “Oitava de Natal” e a “Oitava de Páscoa”.

 


Mas qual seria sua intenção?

 

Com o propósito de que esse “tempo especial de graças” que significam a Páscoa e o Natal, se estenda por oito dias, e o povo de Deus possa “beber mais copiosamente”, e por mais tempo, as graças de Deus neste tempo favorável, onde o céu beija a terra e derrama sobre elas suas bênçãos copiosas.

 

Mas, só poderá se beneficiar dessas graças abundantes e especiais, aqueles que têm sede, que conhecem, que acreditam, e que pedem. É uma lei de Deus: quem não pede não recebe. E só recebe quem pede com fé, esperança, confiança e humildade.

 

Portanto, as mesmas graças e bênçãos do Natal se estendem até o final da Oitava.


Fonte: https://www.acidigital.com/

            https://cleofas.com.br/


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Tradição do 13 de Maio

13 DE MAIO: 
DIA DE SÃO BENEDITO, SEGUNDO A PIEDADE POPULAR

A tradição de se comemorar o dia de São Benedito no dia 13 de maio remonta há vários anos e de vários locais do nosso país.
A comunidade Chapada, pertencente a nossa paróquia de Santa Catarina de Alexandria, tem como santo padroeiro São Benedito e, todos os anos, realiza sua festa nesta data.
Porém, sabemos que a Festa Litúrgica de São Benedito acontece no dia 05 de Outubro, no Brasil. Então por que comemorar no dia 13 de maio?


ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

A Abolição da Escravatura foi o acontecimento histórico mais importante do Brasil após a Proclamação da Independência, em 1822.
No dia 13 de maio de 1888, após seis dias de votações e debates no Congresso, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que decretava a libertação dos escravos no país.
Por associação à história de São Benedito, filho de escravos capturados da Etiópia ou possivelmente também feito escravo, os negros do Brasil adotaram o santo como seu padroeiro.
Tamanha é a importância dessa data que muitos municípios, como Natércia, instituem o dia 13 de maio como feriado municipal.


DEVOÇÃO À NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E
A SÃO BENEDITO

Antes mesmo de haver a libertação da escravidão negra, grupos se reuniam e formavam confrarias, que cuidavam dos doentes negros, compravam suas alforrias, enterravam os mortos e se constituíam como uma forma de resistência identitária dos povos negros, escravos e forros.
As do Rio de Janeiro, por exemplo, foram criadas entre 1639 e 1640, denominadas confrarias de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito. Em 1667, as confrarias se uniram, formando a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Essa nova confraria era formada, em sua maioria, por negros e pardos e era dedicada aos dois santos.
Em muitos pontos do Brasil, as irmandades de negros foram fundadas sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário. A sua associação, em uma mesma irmandade, com São Benedito resultou naturalmente do fato de ter sido esse santo um escravo negro.
Na segunda metade do século XVIII, a Irmandade obteve licença para organizar festividades. Então, os membros da confraria passaram a fazer festas em homenagem à Corte do Rei do Congo. Eram eleitos o rei e a rainha, sendo que havia um desfile público com muita música e dançarinos. “A festa do Rosário era, como se percebe, uma cerimônia de cunho nitidamente africano, mas que despertava grande interesse e curiosidade entre o povo da época” (A. Maurício).
A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito esteve diretamente ligada ao movimento abolicionista. Na segunda metade do século XIX, a Irmandade participou ativamente do processo de libertação de escravos.


Uma curiosidade: o dia 13 de Maio é dedicado a Nossa Senhora de Fátima, que, como sabemos, se apresentou aos 3 pastorinhos como Nossa Senhora do Rosário.

A FESTA
        
Sabe-se que a cultura e a religiosidade afro-brasileiras dialogaram com o Catolicismo e ambas se influenciaram. Assim, as festividades em louvor a São Benedito acontecem até hoje em várias localidades brasileiras.
Em Natércia, segundo relatos da paroquiana Eva Maria dos Santos, através do que contava seu pai, Sr. Misquilipe, os grupos de congadeiros ou festeiros pediam mantimentos nas casas e, com tudo que era arrecadado, faziam-se comidas típicas, como doces, e um almoço. Acontecia, então, uma grande confraternização entre os participantes e comemorava-se, assim, o dia 13 de Maio, com apresentação da congada pelas ruas da cidade.



A CONGADA

A Congada ou o Congado é uma dança que lembra a coroação do Rei Congo e da Rainha Ginga de Angola, acompanhado de um cortejo compassado, levantamento de mastros e música.
Os instrumentos musicais utilizados são os tambores, a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco. Esta manifestação cultural e religiosa de influência africana ocorre em algumas regiões do Brasil, tendo por temas a devoção a São Benedito, o encontro da imagem de Nossa Senhora do Rosário e a Embaixada (representação da luta de Carlos Magno e os Doze Pares de França e o Rei da Turquia, ou seja, o combate entre mouros e cristãos).




A IGREJA DE SÃO BENEDITO

Segundo relatos da paroquiana Sra. Teresinha Bueno, por iniciativa de Monsenhor José Hugo Goulart e Silva, pároco da época, começaram os trabalhos para construção da igreja. Foi colocada a pedra fundamental e celebrada a primeira Missa sobre o terreno.
O lote de terreno de 800m2 foi doado pela Sra. Maria Duarte de Vilas Boas, a princípio oralmente, sendo legalizada a Escritura Pública de Doação em 12/08/1985, quando era pároco o Pe. Gilberto Paganelli Junqueira. Conta, agora, a Sra. Marina Vilas Boas que a doação era uma promessa de sua mãe, D. Maria, a São Benedito.
A primeira comissão instalada para construção da igreja, compra dos bancos, pisos e vitrais foi encabeçada pelo Monsenhor José Hugo, que depois foi substituído pelo Pe. Paganelli, contando também com membros da comunidade: José Maurício Capistrano, Paulo Cléber Junho e Maurício Pereira dos Reis.
Em 1996, foi criado o Conselho Pastoral Comunitário (CPC), iniciado pelo Pe. Tomé Ferreira da Silva e continuado pelos Pe. José Genivano de Araújo e Pe. Luiz Paulino Grillo, cujas obras resultaram na construção das torres, banheiros, sala de catequese, aquisição de aparelho de som, dentre outros.
Na recente administração do Pe. Thiago de São José Guimarães, houve uma reforma do presbitério, com colação de granito e novo jogo de altar, bem como a construção do sacrário e da sacristia.

Foto disponibilizada pela Sra. Marina Vilas Boas

Foto disponibilizada pela Sra. Teresinha Bueno


A TRADICIONAL FESTA EM NATÉRCIA*

A paroquiana e moradora da comunidade Chapada, Débora Cristina da Silva, fez um relato desta festa no Informativo Paroquial Nº 18, de Maio/2015:

“Antigamente, quando a tradição começou, não havia a igreja na comunidade. Era somente a festa de rua, feita pelas pessoas da comunidade. Até que D. Maria Duarte de Vilas Boas doou o lote para a construção da igreja de São Benedito, e, com a ajuda de nosso querido Monsenhor José Hugo, de meu avô Dito Vená e de meu Tio Guido, ela foi erguida. Desde então, as festividades religiosas em nossa comunidade começaram.
Todo dia 13 de maio, antes de o galo cantar, a tradição nos manda sair para a famosa alvorada, que até hoje é feita, com a congada de São Benedito. Já fizeram parte muitas pessoas: os Mestres Violeiros e Coroinha, como Dito Vená, Zé Reis (sanfoneiro), Antônio Dito (reco-reco), Geraldo Reis (organizador), minha tia Rosária na bandeira, Mônica da Brasa, Cida do Dito Date, Cordel, entre muitos outros, que não me recordo no momento (peço desculpas por não me lembrar de todos).
Como tudo na vida passa, muita coisa mudou. Muitos congadeiros já faleceram e a congada foi passando de geração em geração, e, hoje, é comandada pelo meu tio Antônio (Piche) e composta por netos, bisnetos, sobrinhos e amigos de meu avô, que, sem dúvida alguma, está orgulhoso em ver a continuidade desta tradição que ele tanto lutou para acontecer, com a colaboração de muitos padres que por aqui passaram, em especial Pe. Thiago, que está nesta luta conosco hoje, para manter a festa.
Além do já relatado, nossa festa conta com a parte social (movimento de barracas, bingos e shows musicais).

Que São Benedito abençoe nossa comunidade, nossa paróquia e todos os congadeiros e festeiros que passaram, passam e que ainda vão passar por esta belíssima festa!”


Fontes:





*Em consequência da Pandemia do novo coronavirus, não se pode realizar a festa. O texto foi escrito em 2015, quando ainda era administrador paroquial o Pe. Thiago Guimarães.