O TRÍDUO PASCAL
“Merece fé esta
palavra: se com ele morremos, com ele viveremos”.
(2 Tm 2,11)
Os sinais visíveis em nossas comunidades
anunciam as celebrações do centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja: a
Páscoa do Senhor Jesus. Todas as outras celebrações encontram nessa festa o
seu sentido e direcionamento.
A Morte e Ressurreição de Jesus Cristo compõem
a centralidade de todo o mistério cristão, solenidade que une a Igreja do mundo
inteiro e reflete a fé que a Igreja católica transmite desde os tempos
apostólicos. Assim, a Tradição da Igreja edifica a fé com autoridade,
anunciando a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, proclamando essa
notícia até que ele volte no fim dos tempos: “Anunciamos, Senhor, a Vossa morte e proclamamos a Vossa Ressurreição.
Vinde, Senhor Jesus.”
Os dias mais intensos dessa manifestação de
fé se encontram no Tríduo Pascal, cuja abertura se dá na Quinta-feira
Santa, com a Missa da Ceia do Senhor, comumente chamada de Missa de
Lava-pés. Destacam-se nessa celebração a instituição da Eucaristia, como
memorial da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, a instituição do
Sacerdócio ministerial e o mandato do Amor. A simbologia dessa
celebração salta aos olhos e ao coração, colocando os fiéis em sintonia com os
mistérios anteriores aos atos da Paixão, pelos sinais da entrega, do serviço e
do amor. Além disso, a vigília eucarística é momento propício de vigiar com o
Senhor em sua agonia que precede a Paixão (cf.
Lc 22, 39-44).
Na Sexta-feira santa, ou da Paixão,
a centralidade se torna a Cruz, lenho santo onde Cristo se entrega para
redimir a humanidade. O silêncio e a sobriedade encobrem os templos de um
sentimento, não de luto, mas de contemplação da Morte de Jesus, uma vez
que o sinal não é de derrota, mas de vitória, visível quando o sacerdote eleva
a Cruz na Ação Litúrgica. O amor de Deus não tem limites, levando-O a
entregar-Se a Si mesmo. Tal amor deve despertar unicamente nos cristãos uma
atitude de adoração diante do Madeiro Sagrado do qual pende o Salvador.
O Sábado Santo em si vem carregado
ao mesmo tempo de vigilância junto ao túmulo, mas também de espera ansiosa pela
Ressurreição do Senhor. O fogo novo que acende o Círio Pascal, as
leituras que proclamam a história da Salvação, a bênção da água batismal, a
Eucaristia... todos esses sinais e gestos remetem à nova criação, renovada na
Vida Nova trazida pelo Filho de Deus glorificado. A exultação se manifesta na
solenidade e alegria dos ritos, músicas e sinos, no “Glória” e no “Aleluia”, e
se consomem no banquete eucarístico do Cordeiro imolado, que vive para sempre!
Assim, a Igreja, Esposa de Cristo, exulta de alegria, pois foi salva das garras
da morte e a vida já é vitoriosa pelo Sangue do Cordeiro.
A Páscoa, enfim, é um passo para
além da vida e da morte, experimentada por Cristo e prometida à toda a
humanidade redimida. O caminho do calvário é, paradoxalmente, o meio para a
vida, e não para a morte, pois conduz cada filho de Deus para a experiência da
plenitude do túmulo vazio, da Ressurreição.
Outro sinal que nos educa no Mistério
Pascal, sinal que estamos vivenciando nestes tempos de Pandemia do Covid-19, é a
nossa casa! Sim, pois precisamos cuidar da saúde nossa e dos nossos, e,
ao mesmo tempo, vivenciar a Páscoa, nossa maior festa! Deste modo, ouvimos o
apelo de Jesus Cristo: “O meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em
tua casa, junto com meus discípulos” (Mt 26,18). Vivamos a Páscoa,
preparemos nossas casas e nossos corações. Ele vem celebrar conosco!
FELIZ E SANTA
PÁSCOA A TODOS!
CLEYTON W. FERNANDES
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Queremos saber sua opinião...