sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Os jovens, a fé e o discernimento vocacional

SÍNODO DA JUVENTUDE

O documento final do Sínodo dos Bispos, também nomeado como Sínodo da Juventude, foi entregue ao Papa e aprovado no dia 27 de outubro de 2018. O documento conta com 60 páginas, redigidas pelos bispos sob a luz do Evangelho de São Lucas, que retrata o episódio dos discípulos de Emaús. O sínodo teve como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Em primeiro plano, vemos um olhar carinhoso, ao modo pelo qual os jovens vivem, seus desafios e forças. Assim, após uma escuta empática e livre de preconceitos, percebeu-se que os jovens podem e querem ser ouvidos e poder ajudar, como uma verdadeira força social e eclesial. Mesmo diante de fenômenos como a globalização e a secularização, os jovens movem-se em direção a uma redescoberta de Deus e da espiritualidade e isso será um estímulo para a Igreja, para recuperar a importância do dinamismo da fé.


O texto também nos mostra uma profunda preocupação da Igreja para com o jovem,  considerando seu “habitat natural” como espaço de evangelização e reconhecendo, porém, as dificuldades de se ligar a contemporaneidade com a vivência da fé, passando, assim, a reconhecer os desafios da catequese e da comunidade paroquial enquanto formadores de cristãos maduros e, ainda assim, de universitários ligados às ciências, por exemplo.
Num dado momento, o documento sinodal se concentra no tema dos migrantes, “paradigma do nosso tempo”, uma vez que, muitos desses migrantes, são jovens ou menores desacompanhados, que perdem sua família e sua pátria para a guerra e a violência. Esses jovens devem ser prioridade, uma vez que os verbos de ordem do sínodo são: “acolher, proteger, promover, integrar”. Além de dar dignidade para os que são obrigados a fugir de seu país, o Papa e os bispos nos pedem que, àqueles que desejam ficar, sejam dadas condições para isso.

  Vários outros temas são trabalhados no texto, mas destaco aqui:
    - O firme compromisso contra todo tipo de abuso, que passa por uma ampla reflexão sobre seus vários tipos: econômico, de poder, entre outros;
   - A Família, “Igreja Doméstica”, uma vez que é a primeira a iniciar os jovens na fé e na caridade e que também é o seu ponto de apoio;
   - Promoção da justiça contra a “cultura do desperdício”, uma vez que, no mundo moderno, tudo se torna substituível. Essa cultura leva muitos jovens à miséria, tirando seus empregos e seus sonhos, promovendo, assim, a exclusão social;
   - Arte, música e esporte, como “recursos pastorais”.

       A juventude, tão conectada e em constante mudança, muitas vezes, está a frente de seu tempo e de seus pastores (padres, diáconos, bispos, Papa). Nesta segunda parte do Sínodo, os bispos mostram que a igreja vê nesse dinamismo a oportunidade de se renovar. Para tanto, a missão é exaltada como fonte de liberdade que vem de Jesus e, assim, nos é revelada a vocação de ser jovens sem deixar de ser santos.
Por fim, podemos concluir que o documento do sínodo é extremamente completo no que diz respeito à juventude e às suas diversas facetas, mostrando que a fé, a vocação e o discernimento vocacional, bem como a imensidão de significados e significantes do que é ser jovem, foi refletida e celebrada nessa reunião episcopal. Assim como nos diz o Papa Francisco, formaremos uma Igreja cada vez mais jovem, preparada para levar os “santos de calça jeans” para a missão.
Em suma, o Sínodo nos leva a refletir a importância dos jovens para a Igreja, como esperança de futuro e nos pede um olhar mais carinhoso e atencioso para eles. Que protegendo, acolhendo e integrando os jovens, eles se tornem o rosto de Cristo nas paróquias afora, despertando ainda mais em outros jovens a alegria do Evangelho e a vocação à santidade!

 JAQUELINE COUTINHO

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