NATÉRCIA COMEMORA 97 ANOS
No dia 11/07/2020, nossa paróquia
comemorou 198 anos de criação. Coincidentemente, o município de Natércia foi
criado também no mês de Julho (dia 20), data da posse da 1ª Câmara e da
Instalação do Município (Emancipação Administrativa).
O descobrimento e a criação do nosso município estão
intimamente ligados a Santa Catarina de Alexandria, padroeira desta paróquia e
desta cidade. Nesse sentido, não poderíamos deixar de também comemorar os 97 anos de nosso município, sem relembrar um pouco de sua história:
“No passado, há muita história
que se oculta em toda gente; basta um toque na memória para trazê-la presente”.
(Hélio Gonçalves, naterciano e
letrista do Hino oficial de Natércia)
DESCOBERTO DA PEDRA
BRANCA
“Descoberto” era o título que se
dava às minas de ouro quando recentemente encontradas. O da Pedra Branca é conhecido desde 1741. Nesse ano, 33 mineradores que faiscavam em
Campanha, percebendo que estavam declinando as minas e devendo atender ao
lançamento dos quintos previstos, fizeram chegar ao ouvidor de São João Del Rei
uma petição para que se providenciassem logo os recursos necessários para a partilha
do Descoberto da Pedra Branca.
O caminho que unia Campanha ao
novo Descoberto já se achava feito com perfeição notável, auxiliados que foram
pelos escravos. Só lhes faltava a autorização exploratória.
Então, o governador do estado de
Minas Gerais, no dia 12 de setembro de 1742, incumbiu o guarda-mor para fazer a
partição das terras. Entretanto, o próprio ouvidor teve que fazer pessoalmente
a partição, acompanhado por Bento Pereira de Sá, na qualidade de escrivão das
datas e provido a 5 de novembro de 1742; este último tornou-se o primeiro
guarda-mor da Pedra Branca e do Sapucaí.
RIBEIRÃO DE SANTA
CATARINA DA PEDRA BRANCA
Em 1743, o governador de São
Paulo, D. Luiz de Mascarenhas, tendo conhecimento que nas Minas do Rio Verde
havia grande quantidade de ouro, julgou-se dono do novo descoberto e mandou até
lá um guarda-mor, com ordens para tomar posse da Pedra Branca e de São Gonçalo.
Não conseguiu e, entre idas e
vindas, foi feita oficialmente a retificação de limites a 25 de fevereiro do
mesmo ano, baseados nas antigas divisas da Mantiqueira, que datavam de 02 de
dezembro de 1720.
Notificaram o Governador Gomes
Freire, a 06 de agosto de 1743, em cujo
auto de retificação de posse já constava o nome “Arraial
do Ribeirão de Santa Catarina da Pedra Branca”. O núcleo do
Descoberto da Pedra Branca formou a Paragem e a Capela de Santa Catarina.
Na época em que foi criada a
Paróquia que seria de Santa Catarina, não se sabe se, por engano ou por muita
devoção de alguém, recebeu o título de Santa Quitéria, no dia 09 de maio de 1822.
O lugar continuou a registrar os
diversos termos eclesiásticos, sem jamais tomar conhecimento do trocadilho, a
não ser para titular-se e independer-se.
Verificado o engano, tudo se
acalmou e Santa Catarina teve legitimamente seu título de Paróquia, em 11 de julho de 1822.
SANTA CATARINA
Salvo demonstração em contrário,
supõe-se que o nome Santa Catarina, posto
no Arraial da Pedra Branca, tenha sido dado por Manoel
Lopes Viana ou sua esposa.
Era ele natural de Viana e foi
casado com Antônia Teixeira, natural de Valença, filha de Francisco Teixeira da
Silva, um dos assinantes do requerimento de partição do Descoberto da Pedra
Branca e de Jerônima Corrêa. Moravam no sítio denominado “Engenho” e eram
senhores de muitos escravos.
A povoação prosperava, sujeita,
como tudo que é terreno, à lei de lucros e perdas. Mas foi com o advento do
título de Ermida em 1770, elevada pelo Exmo. Vigário Capitular Cônego Vicente Gonçalves Jorge de
Almeida, podendo assim gozar de certas prerrogativas, que a povoação
de Santa Catarina se tornou mais conhecida. Outro documento, datado de 05 de outubro de 1762 e assinado por Dom Frei Manuel da Cruz, bispo de Mariana, dá provisão para celebração de missa na Ermida (acréscimo nosso).
NATÉRCIA
Em 1953, a Câmara Municipal, pela
maioria de seus membros, houve por bem trocar o nome para Natércia, que é um anagrama de “Caterina”, baseando-se nos versos de Camões, o
pai da Língua Portuguesa.
O nome foi trocado para Natércia,
em virtude do extravio de correspondências para o Estado de Santa Catarina, o
que trazia grande transtorno à população local.
FUNDADORES
Pode-se admitir que foram
fundadores do Arraial de Santa Catarina: Manoel
Lopes Viana, João Álvares dos Santos, Domingos José Guedes e Francisco
Rodrigues da Rocha. Todos foram proprietários de fazendas e
remanescentes dos faiscadores do Descoberto da Pedra Branca.
Já Pedro
Alcântara Pereira, abastado proprietário local, doou algumas terras
para a fundação da cidade, construindo-se, então, a capela, o cemitério e
algumas casas.
HABITANTES
Primitivamente, as terras do
atual município foram habitadas pelos índios
Puris-Coroados, segundo informações do Serviço de Proteção ao Índio
(FUNAI).
A história guardou como primeiros
habitantes do local: José da Silva Passos, José Higino Pereira da Silva,
Carlos Firmino de Magalhães, o Capitão Faustino de Alcântara Pereira, Manoel
Severino de Paiva e o Cônego Antônio Carlos Evêncio da Silveira, que se dedicavam
ao comércio, à agricultura e à pecuária.
POPULAÇÃO
População Rural: 1.898
População Urbana: 2.760
Total: 4.658
Fonte: Censo, 2010
IGREJA MATRIZ
É de 1749,
a primeira notícia sobre a capela de Santa Catarina,
construída em caráter provisório. Só em 1762
é que recebeu ereção canônica.
A primeira capela foi construída a 3km da atual cidade, dedicada a Santa
Quitéria. Como o local não oferecia condições de expansão, foi
construída a segunda igreja, em rancho maior, de pouso dos tropeiros e dos
forasteiros.
Hoje, na Praça Prefeito Justino Lisboa Carneiro se acha
localizada a Matriz de Santa Catarina de Alexandria.
Construída à custa do esforço de seus
habitantes e idealizada pelo arquiteto italiano, Antônio
Moisés Luisi, é uma obra de arte e de orgulho para nossa gente!
BRASÃO
· Idealizado
pelo Sr. José Guimarães, da cidade de
Ouro Fino - MG, a pedido do Prefeito Sr. José Airton dos Reis, por intermédio
do Reverendíssimo Monsenhor José do Patrocínio
Lefort, então Chanceler da Cúria Diocesana, da Igreja Particular da
Campanha-MG.
· Brasão
Português, tendo em campo vermelho uma roda de
navalhas de ferro, estilizada na cor preta, com 8 raios.
·
Em
“chefe” duas palmas em preto.
·
Como
ornatos externos, a coroa mural de prata,
com 5 (cinco) torres, listel em vermelho onde se lê: 20/07/1923 – CATERINA – 1.740, em algarismos e letras pretas.
·
Ladeando
o brasão 2 (dois) pés de milho, à
esquerda e 1 (um) pé de café, à direita.
Justificativa:
· A cor
vermelha no Brasão indica que a Padroeira foi mártir,
o que também é indicado pelas palmas do martírio.
· A roda de
navalhas indica o suplício ordenado pelo
Imperador Maxêncio a Santa Catarina de Alexandria e as letras no listel indicam
o seu nome, CATERINA, uma grafia em que as letras foram usadas na formação do
anagrama NATÉRCIA.
·
As datas
20/07/1923 e 1740 indicam a data em que o Distrito foi elevado à categoria de
cidade pela Lei Estadual n.º 843/23 e a
época do povoamento do lugar, respectivamente.
·
A coroa
mural indica a autonomia do município.
·
O
cafeeiro e o milho lembram as principais riquezas
do Município.
FONTES:
Paulina Orsi Junho
Escola Municipal Coronel Goulart
2000/2001
Muito bom conhecer a história da minha terra infelizmente, vivi muito pouco aí mas guardo muitas recordações
ResponderExcluirQue bom que gostou! Realmente nossa cidade guarda muitas lembranças! Agradecemos seu contato e continue acompanhando nossas publicações! Você e sua família são sempre bem-vindos! Abraço fraterno!
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