sábado, 20 de julho de 2019

Aniversário da Cidade

NATÉRCIA COMEMORA 97 ANOS

No dia 11/07/2020, nossa paróquia comemorou 198 anos de criação. Coincidentemente, o município de Natércia foi criado também no mês de Julho (dia 20), data da posse da 1ª Câmara e da Instalação do Município (Emancipação Administrativa).
O descobrimento e a criação do nosso município estão intimamente ligados a Santa Catarina de Alexandria, padroeira desta paróquia e desta cidade. Nesse sentido, não poderíamos deixar de também comemorar os 97 anos de nosso município, sem relembrar um pouco de sua história:


“No passado, há muita história que se oculta em toda gente; basta um toque na memória para trazê-la presente”.
(Hélio Gonçalves, naterciano e letrista do Hino oficial de Natércia)


DESCOBERTO DA PEDRA BRANCA
 
“Descoberto” era o título que se dava às minas de ouro quando recentemente encontradas. O da Pedra Branca é conhecido desde 1741. Nesse ano, 33 mineradores que faiscavam em Campanha, percebendo que estavam declinando as minas e devendo atender ao lançamento dos quintos previstos, fizeram chegar ao ouvidor de São João Del Rei uma petição para que se providenciassem logo os recursos necessários para a partilha do Descoberto da Pedra Branca.
O caminho que unia Campanha ao novo Descoberto já se achava feito com perfeição notável, auxiliados que foram pelos escravos. Só lhes faltava a autorização exploratória.
Então, o governador do estado de Minas Gerais, no dia 12 de setembro de 1742, incumbiu o guarda-mor para fazer a partição das terras. Entretanto, o próprio ouvidor teve que fazer pessoalmente a partição, acompanhado por Bento Pereira de Sá, na qualidade de escrivão das datas e provido a 5 de novembro de 1742; este último tornou-se o primeiro guarda-mor da Pedra Branca e do Sapucaí.

RIBEIRÃO DE SANTA CATARINA DA PEDRA BRANCA
Em 1743, o governador de São Paulo, D. Luiz de Mascarenhas, tendo conhecimento que nas Minas do Rio Verde havia grande quantidade de ouro, julgou-se dono do novo descoberto e mandou até lá um guarda-mor, com ordens para tomar posse da Pedra Branca e de São Gonçalo.
Não conseguiu e, entre idas e vindas, foi feita oficialmente a retificação de limites a 25 de fevereiro do mesmo ano, baseados nas antigas divisas da Mantiqueira, que datavam de 02 de dezembro de 1720.
Notificaram o Governador Gomes Freire, a 06 de agosto de 1743, em cujo auto de retificação de posse já constava o nome “Arraial do Ribeirão de Santa Catarina da Pedra Branca”. O núcleo do Descoberto da Pedra Branca formou a Paragem e a Capela de Santa Catarina.



 SANTA QUITÉRIA

Na época em que foi criada a Paróquia que seria de Santa Catarina, não se sabe se, por engano ou por muita devoção de alguém, recebeu o título de Santa Quitéria, no dia 09 de maio de 1822.
O lugar continuou a registrar os diversos termos eclesiásticos, sem jamais tomar conhecimento do trocadilho, a não ser para titular-se e independer-se.
Verificado o engano, tudo se acalmou e Santa Catarina teve legitimamente seu título de Paróquia, em 11 de julho de 1822.




SANTA CATARINA

       Salvo demonstração em contrário, supõe-se que o nome Santa Catarina, posto no Arraial da Pedra Branca, tenha sido dado por Manoel Lopes Viana ou sua esposa.
Era ele natural de Viana e foi casado com Antônia Teixeira, natural de Valença, filha de Francisco Teixeira da Silva, um dos assinantes do requerimento de partição do Descoberto da Pedra Branca e de Jerônima Corrêa. Moravam no sítio denominado “Engenho” e eram senhores de muitos escravos.
A povoação prosperava, sujeita, como tudo que é terreno, à lei de lucros e perdas. Mas foi com o advento do título de Ermida em 1770, elevada pelo Exmo. Vigário Capitular Cônego Vicente Gonçalves Jorge de Almeida, podendo assim gozar de certas prerrogativas, que a povoação de Santa Catarina se tornou mais conhecida. Outro documento, datado de 05 de outubro de 1762 e assinado por Dom Frei Manuel da Cruz, bispo de Mariana, dá provisão para celebração de missa na Ermida (acréscimo nosso).


NATÉRCIA
 
Em 1953, a Câmara Municipal, pela maioria de seus membros, houve por bem trocar o nome para Natércia, que é um anagrama de “Caterina”, baseando-se nos versos de Camões, o pai da Língua Portuguesa.
O nome foi trocado para Natércia, em virtude do extravio de correspondências para o Estado de Santa Catarina, o que trazia grande transtorno à população local. 

FUNDADORES

Pode-se admitir que foram fundadores do Arraial de Santa Catarina: Manoel Lopes Viana, João Álvares dos Santos, Domingos José Guedes e Francisco Rodrigues da Rocha. Todos foram proprietários de fazendas e remanescentes dos faiscadores do Descoberto da Pedra Branca.
Pedro Alcântara Pereira, abastado proprietário local, doou algumas terras para a fundação da cidade, construindo-se, então, a capela, o cemitério e algumas casas.

HABITANTES
Primitivamente, as terras do atual município foram habitadas pelos índios Puris-Coroados, segundo informações do Serviço de Proteção ao Índio (FUNAI).
A história guardou como primeiros habitantes do local: José da Silva Passos, José Higino Pereira da Silva, Carlos Firmino de Magalhães, o Capitão Faustino de Alcântara Pereira, Manoel Severino de Paiva e o Cônego Antônio Carlos Evêncio da Silveira, que se dedicavam ao comércio, à agricultura e à pecuária.

POPULAÇÃO
 
População Rural: 1.898
População Urbana: 2.760
Total: 4.658
Fonte: Censo, 2010

IGREJA MATRIZ


É de 1749, a primeira notícia sobre a capela de Santa Catarina, construída em caráter provisório. Só em 1762 é que recebeu ereção canônica.
A primeira capela foi construída a 3km da atual cidade, dedicada a Santa Quitéria. Como o local não oferecia condições de expansão, foi construída a segunda igreja, em rancho maior, de pouso dos tropeiros e dos forasteiros.
Hoje, na Praça Prefeito Justino Lisboa Carneiro se acha localizada a Matriz de Santa Catarina de Alexandria.  Construída à custa do esforço de seus habitantes e idealizada pelo arquiteto italiano, Antônio Moisés Luisi, é uma obra de arte e de orgulho para nossa gente!

BRASÃO
 
·      Idealizado pelo Sr. José Guimarães, da cidade de Ouro Fino - MG, a pedido do Prefeito Sr. José Airton dos Reis, por intermédio do Reverendíssimo Monsenhor José do Patrocínio Lefort, então Chanceler da Cúria Diocesana, da Igreja Particular da Campanha-MG.
·      Brasão Português, tendo em campo vermelho uma roda de navalhas de ferro, estilizada na cor preta, com 8 raios.
·        Em “chefe” duas palmas em preto.
·        Como ornatos externos, a coroa mural de prata, com 5 (cinco) torres, listel em vermelho onde se lê: 20/07/1923 – CATERINA – 1.740, em algarismos e letras pretas.
·        Ladeando o brasão 2 (dois) pés de milho, à esquerda e 1 (um) pé de café, à direita.

Justificativa:
·      A cor vermelha no Brasão indica que a Padroeira foi mártir, o que também é indicado pelas palmas do martírio.
·      A roda de navalhas indica o suplício ordenado pelo Imperador Maxêncio a Santa Catarina de Alexandria e as letras no listel indicam o seu nome, CATERINA, uma grafia em que as letras foram usadas na formação do anagrama NATÉRCIA.
·        As datas 20/07/1923 e 1740 indicam a data em que o Distrito foi elevado à categoria de cidade pela Lei Estadual n.º 843/23 e a época do povoamento do lugar, respectivamente.
·        A coroa mural indica a autonomia do município.
·        O cafeeiro e o milho lembram as principais riquezas do Município.
  
FONTES:

Paulina Orsi Junho
Escola Municipal Coronel Goulart
2000/2001

2 comentários:

  1. Muito bom conhecer a história da minha terra infelizmente, vivi muito pouco aí mas guardo muitas recordações

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    1. Que bom que gostou! Realmente nossa cidade guarda muitas lembranças! Agradecemos seu contato e continue acompanhando nossas publicações! Você e sua família são sempre bem-vindos! Abraço fraterno!

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